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Remote Work and the opportunity for Latin American coders.

A crise do Covid-19 não inventou o trabalho remoto, mas forçou todo mundo a descobrir que ele funciona. E isso muda tudo para os talentos digitais da América Latina.
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A crise do Covid-19 não inventou o trabalho remoto, mas forçou todo mundo a descobrir que ele funciona. E isso muda tudo.

Trabalho remoto não é nada novo. Faz anos que o escritório é criticado como o último lugar em que as pessoas, de fato, conseguem entregar algum trabalho (assista a esse TED talk se quiser detalhes e dar umas boas risadas), enquanto várias startups famosas como Zapier, Olark e Hotjar têm provado que uma força de trabalho remota por “default” não impede um crescimento fora da curva. A grande novidade é que a quarentena do Covid-19 obrigou todas as empresas do mundo a experimentar o trabalho 100% remoto por alguns meses. E muitas empresas gostaram do que descobriram.

Mark Zuckerberg, numa entrevista recente, declarou que, daqui a 10 anos, ele pretende ter metade de seus funcionários trabalhando de casa e, desde já, todas as posições abertas da empresa oferecem a opção “remoto” aos candidatos interessados. Google, Twitter, Square, Box, Shopify Zillow, Upwork e Coinbase também declararam ambições similares sobre o trabalho remoto. Ou seja: alguma coisa mudou.

"A mudança acontece lentamente e, de repente, muda de vez.” (alguém no Twitter)

O Facebook também declarou que todos os seus funcionários poderiam se mudar para qualquer lugar dos Estados Unidos, mas que a remuneração seria adaptada às condições do custo de vida local. Eu duvido que muitos façam a troca.
Mas o que realmente interessa é quanto tempo os recrutadores vão levar para perceber que, uma vez aberta a “caixa de Pandora” do trabalho remoto, você literalmente poderá recrutar qualquer pessoa de qualquer lugar do mundo…

E é exatamente aí onde, na minha opinião, os desenvolvedores da América Latina têm uma oportunidade incrível de se destacar como uma opção viável de recrutamento para as empresas tech americanas. Não se trata do clássico “outsourcing” ou “nearshoring”, mas sim de membros integrais dos times, se conectando todos os dias (só que de uma distância um pouco maior).

Muitas condições para isso acontecer já tinham sido preenchidas:

  1. Falta de trabalhadores qualificados nos EUA: isso é uma realidade há anos e o crescimento da digitalização da economia (reforçada pelo Covid-19) só vai piorar a situação de escassez;
  2. Qualidade dos coders da América Latina: comunidades de desenvolvedores dos tech hubs da região de Buenos Aires, Belo Horizonte, Medellin, México e muitos outros têm provado há anos que são fontes de talentos e atraído cada vez mais a atenção de empresas globais;
  3. O gap em educação da América Latina está sendo atacado por escolas internacionais: desde 2016, vários atores globais da educação tech instalaram presença no continente, desde Bootcamps de programação (como Le Wagon ou Ironhack) até o novo modo “sem professor” de alguns programas de ensino de programação (como 42 ou Holberton) e, claro, todos os cursos online, através das plataformas Udemy ou Udacity. E isso nem leva em consideração os atores locais, alguns tendo levantado fundos significativos com Venture Capital para atacar o mesmo problema, como Digital House ou Trybe.
  4. Vantagens culturais, idiomáticas e de fuso horário. Como você já certamente reparou, tem a palavra “América” em “América Latina”... E se é verdade que, historicamente, o domínio do inglês era um problema, um progresso importante tem acontecido e uma porção maior de americanos falando espanhol nos EUA ajudou muito a conectar as regiões.

Mas, agora, parece que as últimas condições necessárias também têm sido preenchidas:

  1. O entendimento geral que trabalho remoto não apenas é trabalho, como também é um trabalho que pode ser muito produtivo, já que evita as distrações do “Open Space” e a praga das reuniões intermináveis (eu sei que as reuniões no Zoom existem, mas trabalhar em outra coisa sem ser pego é bem mais fácil num Zoom do que numa sala);
  2. A crise chegando e a necessidade de reduzir custos fará com que trabalhadores com salários mais em conta de regiões remotas - que não são só autônomos e tão bons quanto, e por um terço do custo no câmbio USD atual - serão uma proposta difícil de resistir para qualquer CEO;
  3. A nova dificuldade que a administração Trump impôs sobre os vistos de talentos tech. A política “Hire American First” de Trump não surpreendeu e segue a agenda make America great again dele, mas tem limitado a grande solução que o Vale do Silício tinha para resolver a escassez de talentos digitais: imigração dos melhores cérebros do mundo. Aprovações de visto têm sido cada vez mais difíceis desde antes do Covid-19 (fonte) e é improvável que Apple ou Google aceitem recrutar num “pool” restrito de talentos locais em vez de abrir a opção de recrutar em qualquer local do planeta, sem sequer precisar da burocracia de um visto.


No Le Wagon, nós recentemente convidamos para nosso podcast o Felipe Couto, fundador da Vulpi, uma plataforma de recrutamento de desenvolvedores. Felipe nos contou que o Covid-19 fez com que eles operassem um “ pivot” comercial para focar em empresas internacionais, oferecendo oportunidades remotas e descrevendo o quanto empresas americanas amavam os desenvolvedores “made in Brazil” (ouça a conversa). E como eu precisava de um bom exemplo para meu artigo, descobri hoje de manhã que um ex-aluno do Le Wagon (um antigo advogado que agora é desenvolvedor), que havia perdido o emprego local, teve que esperar apenas três semanas para ser contratado de forma remota por uma startup nos EUA. Ele era (e ainda é) um desenvolvedor júnior, ainda nenhum superstar (por enquanto…).

Gente, está acontecendo... vocês deveriam se preparar.
As pessoas que, hoje, amam trabalhar de casa precisam entender que, se no passado concorriam em vagas de emprego com gente da mesma cidade, ou no máximo com aqueles a fim de se mudar para lá, terão agora que competir em um nível global - e ganhar as habilidades do futuro será vital para ficar à frente na corrida. Novas formas de conexões serão criadas, não será um mundo menos conectado socialmente (especialmente na América Latina, onde relações são tão importantes) mas sim diferentes tipos de conexões. Trabalhar no meio de amigos ou família, ter maior liberdade no seu estilo de vida e menos tempo perdido em condução e trânsito... eu sou otimista. E você?


Mathieu Le Roux, Cofundador da Le Wagon em Latin America, o Bootcamp de programação n° 1 do mundo no Switchup, baseado em avaliações de estudantes. Trazendo habilidades técnicas para mentes criativas desde 2016.


Para ir além:
E, claro, sempre concluir com um Dilbert:


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